As habilidades socioemocionais são cada vez mais valorizadas em nossa sociedade, sendo compreendidas como parte fundamental da formação do ser humano. Lidar com as próprias emoções, se relacionar com os outros e gerenciar objetivos de vida, como autoconhecimento, colaboração e resolução de problemas são cruciais para o desenvolvimento dos jovens e impactam diretamente na formação profissional de uma criança em formação.
Mas afinal o que são de fato essas habilidades. Aprenda mais sobre o termo e essa metodologia de ensino no texto:
Embasamento teórico
Existem diversas teorias e estudos acerca do que, de fato, seriam as chamadas habilidades socioemocionais. Um dos conceitos mais aceitos até hoje é o modelo de personalidade dos Big Five. De acordo com essa teoria, formulada nos anos 30 por Gordon Allport, essas habilidades podem ser agrupadas em cinco grandes blocos: abertura a novas experiências, consciência, extroversão, cooperatividade e estabilidade emocional.
Inteligência emocional
Apesar do termo “habilidades socioemocionais” ser relativamente novo, a expressão inteligência emocional, parte fundamental do conceito anterior, está presente na literatura desde 1966 por Hanskare Leuner e, portanto, pode ser circunscrita de forma mais precisa.
Inteligência emocional é um conceito em Psicologia que descreve a capacidade de reconhecer e avaliar os seus próprios sentimentos e os dos outros, assim como a capacidade de lidar com eles. A designação de inteligência emocional mais antiga remonta a Charles Darwin, que em sua obra referiu a importância da expressão emocional para a sobrevivência e adaptação. Embora as definições tradicionais de inteligência enfatizem os aspectos cognitivos, como memória e resolução de problemas, vários pesquisadores de renome no campo da inteligência são unânimes em reconhecer a importância dos aspectos socioemocionais para um desenvolvimento integral.
A importância da formação de jovens questionadores
As definições de Darwin foram se transformando junto com as definições de mundo. O ser humano é o animal mais complexo que se encontra nesse planeta, então a inteligência emocional não pode estar conectada apenas às “respostas automáticas” associadas exclusivamente à cognição. Enquanto seres humanos, estamos sujeitos a momentos de impasse e incerteza, que não se solucionam a partir de respostas ou atitudes corretas. Em outras palavras, não trabalhamos apenas com o que é certo ou errado, ou o que é bom ou ruim para a preservação da espécie. Somos seres questionadores que, em muitas vezes, não aceitamos respostas sem justificativa e estamos sempre sujeitos ao “talvez” ou ao “não sei”.
O Quociente Emocional enquanto diferencial profissional
As crianças vivem na escola com a impressão de que inteligência é saber todas as respostas, ou que o aluno mais inteligente é aquele que tira as melhores notas. A inteligência emocional vem justamente desfazer essa ideia. Pesquisas mais recentes na área de educação e desenvolvimento apontam que o Quociente Emocional (QE) é tão importante quanto o Quociente de Inteligência (QI), mas pouco se faz nas escolas para se desenvolver esse QE. Infelizmente ainda estamos muito presos às provas e aos métodos de avaliação que exigem muito mais do QI do aluno do que seu QE.
Atualmente o mercado de trabalho valoriza muito habilidades que vão além da capacidade de dominar conhecimentos e técnicas de sua área de formação. Saber identificar, gerenciar e solucionar problemas relacionados aos seus afazeres e ao trabalho em equipe são cada vez mais buscados entre os profissionais.